terça-feira, 21 de junho de 2011

Definitivo



Definitivo


Definitivo, como tudo o que é simples.

Nossa dor não advém das coisas vividas,

mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.


Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos

o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções

irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado

do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter

tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que

gostaríamos de ter compartilhado,

e não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados, pela eternidade.


Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas

as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um

amigo, para nadar, para namorar.


Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os

momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas

angústias se ela estivesse interessada em nos compreender.


Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.


Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo

confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,

todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.


Por que sofremos tanto por amor?

O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma

pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez

companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.


Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um

verso:


Se iludindo menos e vivendo mais!!!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida

está no amor que não damos, nas forças que não usamos,

na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do

sofrimento, perdemos também a felicidade.


A dor é inevitável.

O sofrimento é opcional...

(Carlos Drumond de Andrade)

domingo, 12 de junho de 2011

Um beijo



Nada faltava naquele beijo?
Tinha a cor das manhãs,
o cheiro do café coado na hora
e a maciez das cobertas em dia de frio.
Era um beijo com jeito de roubado,
presente em papel de seda embrulhado
e muito laço de fita.
Um beijo com gosto de dia de folga,
sabor de batata frita.
Mais que um beijo,
a satisfação do desejo.
Era mais que um toque de lábios e línguas,
ou troca de sumos e sucos, afinal.
Era a penetração de almas em gozo.
Era puro êxtase,
tesouro precioso...
Só faltava ser real.

odeteronchibaltazar

do livro "Caixinha de segredos", Ed. AVBL, pag. 83

sábado, 4 de junho de 2011

... 3 anos sem você, meu pai!...



... 3 anos sem você, meu pai!...
Queria que você, de alguma maneira, estivesse aqui de novo...
Queria que você estivesse de alguma maneira, por perto...
Queria poder ouvir a sua voz...
Queria você nem que fosse por uns segundinhos, só para eu sentir seu cheiro, seu abraço...
Quanta saudade pai!!!

NAO QUERIA TER OUTRA VIDA... NEM ENCONTRAR O PRÓPRIO DEUS... SÓ QUERIA PODER ABRAÇAR MEU PAI MAIS UMA VEZ E DIZER PRA ELE O QUANTO EU O AMO.